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sábado, 15 de março de 2008

Meu Nome é Vermelho


É. As férias chegaram ao fim. E é exatamente agora que começo a postar algumas resenhas de livros que li durante esse tempo. Um deles foi Meu Nome é Vermelho, de Orhan Pamuk. A história acontece em Istambul, no século XVI e começa quando um iluminista é encontrado morto em um poço. A partir daí se desenrolam as investigações para saber quem o matou.

Desvendando o peculiar universo dos iluministas, percebemos que o motivo de suas desavenças é a encomenda de um livro pelo Sultão, que utilizaria técnicas européias de pintura – como a representação da figura do Sultão, o que é considerado pecado na cultura oriental. Pamuk consegue dar destaque a esse confronto de culturas – a oriental e a ocidental. Segundo o próprio autor, o clima da Turquia, seu país de origem, é mesmo este: um entrelaçamento destas culturas.
Em O Meu Nome É Vermelho, Pamuk utiliza uma narrativa totalmente experimental, difícil de ser encontrada em outros livros: a narrativa é contada alternadamente por diferentes personagens e um deles é a própria cor vermelha, utilizada nas pinturas dos iluministas.

O que mais me impressionou no livro foi ver em como o ambiente em que o escritor é criado influencia suas histórias. Orhan Pamuk utiliza-se do cenário turco para criar seus enredos. O autor é vencedor do prêmio Nobel da Literatura de 2006 e também escreveu Neve, que igualmente trata deste choque de culturas.
Para quem se interessar, achei uma resenha do Blog Mundo de K.

Era isso. E para quem vai começar as aulas nesta segunda, como eu, bom começo.

terça-feira, 27 de novembro de 2007

O caçador de pipas

Confesso que o desejo de comprar o livro O Caçador de Pipas apareceu somente quando percebi que o livro estava na lista dos mais vendidos da Revista Veja. Quando ele foi lançado, em 2003, ele passou semanas alternando as melhores posições da lista de não-ficção da revista e, pela curiosidade de saber o porquê deste livro ser tão lido e comentado, resolvi pedi-lo de Natal.

O livro, primeiro romance escrito pelo afegão Khaled Hosseini, foi também um dos primeiros de vários outros a retratar a imagem do oriente frente os olhos do ocidente. De um jeito menos crítico em relação aos costumes orientais, ele conta a história de Amir, um garoto rico de Cabul, que vive na época da queda da monarquia do Afeganistão. Ele tem uma forte amizade com o filho do empregado do seu pai, Hassan, que ele considera quase como um irmão.

Sob os olhos do menino, a história de sua vida se desenrola de tal jeito, que, com a queda da monarquia no Afeganistão e a implantação do regime Taliban, ele e seu pai são obrigados a sair do país. Mesmo “fugindo” do seu passado, Amir logo tem que encarar seus erros e prestar contas ao seu amigo de infância, o Hassan, a quem ele traiu na infância.

O nome do livro, O caçador de Pipas, se deve ao fato de Cabul ter um campeonato de pipas que marcava o início do inverno na cidade. Amir e Hassan se preparavam o ano todo para essa brincadeira. Hassan era um exímio caçador de pipas, que as apanhava logo que caíam, usando-as como um troféu.

De um modo mais humano do que político, o livro retrata, de forma bem dramática, como as pessoas muitas vezes se vêem sem saída quando acontece alguma mudança radical no poder de seu país. O caçador de pipas é um relato fictício fascinante e emociona o leitor do início ao final.

O caçador de pipas logo vai virar filme, dirigido por Marc Forster. Há previsões para que ele chegue no Brasil no início de 2008.