terça-feira, 22 de janeiro de 2008

Cem escovadas antes de ir para a cama

Hoje vou falar sobre as impressões que eu tive de um livro que li há algum tempo: 100 escovadas antes de ir para a cama, de Melissa Panarello. A adolescente italiana narra em forma de diário suas aventuras sexuais (experiências nada convencionais). Em termos de tema, o livro pode ser comparado ao O Doce Veneno do Escorpião, de Bruna Surfistinha. Mas, mesmo sem ter lido o livro da ex-prostituta, me parece que a história de Melissa é ainda mais inocente do que esta.

O livro não apresenta grandes revelações de linguagem. O que impressiona sim são as situações vividas pela protagonista da história – uma adolescente de 16 anos. E a autora do livro afirma ter vivido todas as experiências narradas.

O nome do livro vem de um hábito que a personagem tem de escovar o cabelo antes de ir dormir. Seria uma maneira de purificar-se, depois das aventuras sexuais vividas durante o dia.

Pessoalmente, reconheço que esse tipo de livros que vem surgindo, abordando aspectos sexuais e sensacionalismos de ex- garotas de programas e afins não me agrada muito. Mas esse livro, apesar de ter algumas características destes, me agradou por mostrar a insegurança da menina que, em busca de um amor verdadeiro e inteiramente correspondido, se joga nestas experiências sexuais frustrantes.

O livro escandalizou a sociedade italiana na época que foi lançado. Mesmo assim, foram muitos os que recorreram às livrarias tentando desvendar o mundo de Melissa. Em 2005, 100 escovadas antes de ir para a cama virou filme.

domingo, 13 de janeiro de 2008

Ópera de Sabão.

Primeira postagem do ano. E, vendo alguns livros que já li, achei um que me marcou bastante. Ópera de Sabão (1978), de Marcos Rey. Ele conta a história de uma família de classe média da década de 50 - exatamente nos três dias que precederam o suicídio do Getúlio Vargas. Esse acontecimento marca a família, assim como tantos outros milhões de brasileiros da época, e é ele que desenrola os próximos dias na rotina desta. Fervoroso partidário de Vargas, o patriarca Manfredo Manfredi foge de casa com um revólver e a promessa de matar o assassino de Getúlio. Enquanto está sumido, pequenos problemas - como, por exemplo, uma gravidez indesejada - aparecem na sua família, composta pela esposa Hilda e os filhos Benito, Adriana e Lenine.
No livro aparecem personagens caricaturais da década de 50. Dona Hilda Manfredi, por exemplo, é locutora de um programa de rádio e encarna Madame Zohra, que dá conselhos aos seus ouvintes - a maioria donas de casa.

A história de encerra com a volta de Manfredo para casa e uma típica cena de Soap Ópera (Ópera de Sabão = novela) e a instalação da primeira TV da família na sala, que marca o início da presença do aparelho na vida dos brasileiros.
Pelo trecho abaixo, podemos ver que Marcos Rey parece meio pessimista com a adoção da televisão nas famílias brasileiras:
"Nascia naquela cena a dependência dum novo vício familiar, que reduziria o diálogo do casal, as horas de sono e as saídas boêmias de Manfredo".

O livro é escrito em pequenos blocos, de acordo com a perspectiva de cada personagem. Esses blocos se emendam no final, na cena da chegada da televisão. Ópera de Sabão me fez ter vontade de ler mais livros de Marcos Rey em 2008.

quarta-feira, 19 de dezembro de 2007

Com o post de hoje, me despeço um pouco de vocês. A partir de agora, as postagens vão ficar mais raras devido ao período de férias (e ao fato de que tem alguns dias que não vou ter um computador do lado). Talvez volte a postar no início de janeiro ou de fevereiro, não sei ao certo ainda. Meus planos de férias estão vagos ainda, assim como os livros que pretendo ler neste período. Agradeço os comentários deixados. ;D
E prometo que, no próximo ano, tentarei escrever sobre livros que chamem a atenção de vocês. De qualquer jeito, minha carga de leitura vai ser pesada nas férias. Mas pior que é exatamente disso que uma fanática por literatura gosta.

abraços a todos.

segunda-feira, 17 de dezembro de 2007

Os 100 melhores livros


A Revista Bravo! lançou uma edição especial que com o ranking dos 100 livros essenciais da Literatura Mundial. Folheando a revista, percebi que havia lido apenas 4 dos livros indicados: Cem Anos de Solidão, do Gabriel Garcia Márquez; As Cidades Invisíveis, de Ítalo Calvino; Os três mosqueteiros, de Alexandre Dumas e Odisséia, de Homero.

A seleção da revista se baseou em estudos do crítico Harold Bloom e em outros rankings, como o da Revista Time e Modern Library. Ela abrange livros importantes nem tanto pela linguagem usada, mas mais pelas suas idéias, que marcaram a época em que surgiram seja consagrando a cultura existente, combatendo os regimes vigentes ou confrontando tabus da sociedade. Abaixo, selecionei alguns livros da lista.

Na seleção, há livros que inspiraram os autores ocidentais. Odisséia, de Homero, mudou o que já existia de literatura, aproximando o herói épico do homem moderno. O personagem principal, assim como o homem moderno, ‘luta contra suas angústias e dores de seu tempo’.

Outro autor que inspirou a literatura e o cinema ocidentais foi William Shakespeare. Na revista, são citados 3 livros dele: Otelo, Noite de Reis e Hamlet. As obras do escritor inglês deram origem a filmes, influenciando a cultura, simplesmente porque os conflitos que seus personagens vivem podem ser aplicados a qualquer um de nós, em qualquer época.

No ranking, o livro Metamorfose, de Franz Kafka, foi trocado por O Processo, do mesmo autor – o que me surpreendeu, já que o primeiro é mais conhecido. Nos dois livros, Kafka trata de temas que se relacionam ao seu sentimento de não-pertencimento, que se considerava um estranho no seu próprio país, por não ter uma identidade cultural e ter sido criado sob a influência de 3 culturas – a judaica, a alemã e a tcheca.

A falta de sentido da vida é o tema de O Processo, em que seu personagem se vê preso e refletindo sobre seus relacionamentos artificiais e cotidiano vazio. A mesma crise de existência é tema de outro livro indicado – O Deserto dos Tártaros, do italiano Dino Buzzati. Ele conta a história de um forte militar onde os soldados esperam o ataque do inimigo e a razão de uma vida vazia, que viria no momento da morte.

Alguns livros da revista fazem questionamentos à sociedade e ao regime em que estão inseridos. 1984, de George Orwell, critica o totalitarismo e os regimes que contrariam a liberdade. De um jeito mais sutil, Jane Austen escreve em Orgulho e Preconceito sobre os danos causados às mulheres na sociedade machista inglesa.

Outros livros confrontam os tabus da época. O livro Lolita, por exemplo, causou polêmica no seu lançamento, em 1955. Nele, o autor Vladimir Nabokov narra um caso de pedofilia, em que um homem deseja uma menina de 12 anos.


Um livro brasileiro aparece no ranking. Memórias Póstumas de Brás Cubas, de Machado de Assis, que nos representa com classe na literatura mundial.

A Revista está aí para dizer o quanto é importante ler esses livros – e outros mais, que podem ser adicionados às nossas pequenas listinhas. Eles delineiam a sociedade e contam as histórias e as angústias de cada época. Seja sacramentando causas da sociedade, como Os Três Mosqueteiros ou confrontando tabus, como Lolita.
A intenção da lista de livros é nos aproximarmos entender quem nós somos no mundo. Agora só falta ler todos os 86 livros restantes. E fazer a minha própria lista dos 100 livros indispensáveis.

segunda-feira, 10 de dezembro de 2007

A saudade de Gabo

Até agora tenho feito elogios e indicado livros aqui no blog. Hoje, resolvi tomar um pouco de liberdade e escrever sobre um livro que não gostei. A tarefa vai ser difícil, pois o livro é Memória de Minhas Putas Tristes e o escritor é nada mais nada menos que o Gabriel García Márquez.

O livro Memória de Minhas Putas Tristes foi publicado em 2004, depois de um jejum de 10 anos em que García Márquez não escrevia nenhuma ficção. Ele narra a história de um jornalista que resolve presentear-se com uma noite de amor com uma prostituta virgem. Nele, o escritor reflete sobre a velhice e a solidão e – já característico de Márquez – sobre os amores frustrados.

Então, diante deste livro, estava tentando achar argumentos por não ter gostado tanto dele. Apesar de ser García Márquez quem o escreveu, parece que algumas características do realismo fantástico – muito bem utilizadas em Cem Anos de Solidão e Amor nos Tempos do Cólera – foram deixadas para trás. O enredo é simples. Vasculhando na internet, achei um texto que reflete bem o que eu senti quando terminei de ler o livro: “um gosto estranho de algo que poderia ter sido, mas não foi”.

Lógico, fica difícil escrever um livro à altura de Cem Anos de Solidão, por exemplo. A impressão saudosista do García Márquez de antes é que fica.

Abaixo alguns links, de resenhas sobre o livro que achei na internet. As opiniões são divergentes e o melhor é que, para tirar sua própria conclusão, você leia o livro.

sexta-feira, 7 de dezembro de 2007

Terapia

“Sou tantas que mal consigo me distinguir. Sou estrategista, batalhadora, porém traída pela comoção. Num piscar de olhos fico terna, delicada. Acho que sou promíscua, doutor Lopes. São muitas mulheres numa só, e alguns homens também. Prepare-se para uma terapia em grupo”.

Uma leitura light para o final de semana. É assim que eu defino o livro Divã, da Martha Medeiros. Esqueci de acrescentar: além de light, ele é muito divertido. Não dá para esconder que tenho uma admiração incrível pelas poesias, crônicas e contos da Martha Medeiros. Para falar a verdade, não sei como definir a categoria em que essa história se encaixa.

Divã é uma narrativa em primeira pessoa de uma quarentona casada bem-resolvida que resolve (não se sabe por que razão) ir para a terapia. Através das conversas com o seu terapeuta, ela descobre que o seu casamento não é 100% o que ela queria que fosse e que, depois de todos esses anos, ela acabou se acomodando e achando que aquilo era felicidade.

O mais engraçado de Divã é que Martha consegue descrever uma personagem que tem um pouco de cada uma de nós, mulheres. São as mesmas dúvidas, as mesmas inquietações. A autora, mais uma vez, consegue utilizar-se do humor para apontar situações do dia-a-dia que as mulheres casadas (e as solteiras também) passam.
Links:

http://revistaquem.globo.com/Quem/0,6993,EQG1043799-2157,00.html
http://www.linguagemviva.com.br/martha.html

terça-feira, 4 de dezembro de 2007

Como ando meio sem tempo (com alguns trabalhinhos da faculdade pra fazer) , resolvi escrever sobre o que estou lendo agora. Na visita à Feira do Livro de Porto Alegre, comprei dois livros - Eragon e A Menina que roubava livros. Começei a ler o primeiro e, mesmo estando ainda na parte inicial do livro, vou falar um pouco sobre ele.
Eragon trata da história de um aventureiro que acha um ovo de dragão e, quando o animal nasce, começa a criá-lo. A partir daí, é revelado a ele uma série de mistérios que o envolvem. O autor escreveu essa narrativa entre os 15 e 18 anos, por isso ela tende a atrair os adolescentes desta faixa etária. A história é para quem gosta de aventuras fantasiosas cheias de elfos, magias e dragões. Lembra um pouco o mundo virtual dos RPGs.
Eragon faz parte de uma trilogia e também virou filme, em 2006. Bem, por enquanto era isso. Na próxima prometo que posto algo mais longo. ;D